domingo, 27 de janeiro de 2008

Lamento Nocturno: O Abandono


Entrego-lhe as minhas lágrimas e peço-lhe perdão por tudo o que fiz e não fiz, por tudo o que fui e não fui capaz de ser… peço-lhe perdão pela minha fraqueza e a minha necessidade de partir ou talvez mesmo de fugir.

Ao longo do caminho perdi-me e parece que não me consigo voltar a encontrar. Preso por entre deveres e desejos, receio que as forças para lutar tenham desvanecido.

As lágrimas que não acalmam a dor de a perder.

Exponho-lhe as minhas palavras em páginas rasgadas pela vergonha e retiro-me. Viro as costas ao amor que durante muito tempo carregou a minha alma e a acarinhou sem pedir nada em troca. No seu amor nunca existiu egoísmo, somente tristeza por eu não partilhar a mesma força e determinação. Tudo por causa do meu medo… o medo.

Como um cobarde banhado nas ondas da sua própria vergonha viro-lhe as costas, para não olhar para a sua dor, para a sua forma amargurada ao segurar nas suas mãos as minhas palavras.

Sim, eu abandonei-a.

O silêncio dela foi algo que nunca compreendi. Nunca entendi a sua dor; a lágrima que deslizava em silêncio do seu rosto.

Grito aos deuses com o coração cheio de ódio; magoa; tristeza:”-Porquê?!!”

Gostava de saber porquê que eu nunca a entendi. Gostava de conhecer a sua dor, o seu lamento. Durante todo aquele tempo, por mais que ela falasse, acho que nunca realmente ouvi o seu lamento, ou talvez nunca o tenha escutado atentamente sem qualquer julgamento.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Lamento Nocturno: O Desespero

Cada vez menos lhe digo que a amo e que sinto a sua falta. Eu vejo nos seus olhos que ela cada vez mais se afasta de mim, e eu nada faço para a alcançar. Limito-me a observar enquanto ela se distancia; a vê-la cada vez menos a procurar o meu amor como seu refúgio e cada vez menos a afirmar que me ama.

A vida começa a desfalecer em mim enquanto a observo a partir.

Peço-lhe que espere e me dê tempo, mas peço-o pelas razões erradas. Em fez de lhe afirmar a verdadeira razão do meu pedido, minto-lhe, escondendo-me por detrás de desculpas para não lhe afirmar o meu medo.

Sinto-a afastar-se novamente, ainda mais de mim… mas não consigo parar de esconder-me. Queria conseguir gritar e destruir tudo o que me impede de agarra-la, mas não consigo.

Aperto o seu corpo contra o meu no silêncio vazio, e sinto o meu corpo a estremecer. Eu não a quero perder.

Quero partilhar cada segundo que respiro com ela, e quero voltar a afirmar a cada minuto o meu amor por ela. Tenho de a lembrar antes que ela se esqueça; antes que ela desapareça; antes que tudo se perca.



Poisonblack - Illusion/Delusion

And she cradles me down into sleep
Still I miss her so and for more I weep
And she gives me death yet I'm alive
Craving eternally, on her I thrive

We are one, we are the same
Burning with brightest flame

I am the strange illusion, don't feel too real
A catatonic thing that should not be
You are the seewt delusion yet you feel so real
for all these wounds I have only you can heal

And she buries me down far too deep
Yet six-feet high and gives me bliss to keep
And she abuses me yet I abide
She's in demand, my hunger I cannot hide